27/07/2013

Educação de Filhos: Pai do Super-Homem X Cantor Gospel

Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22:6

O filme “O Home de Aço” do diretor Zack Snyder e do produtor-roterista Christopher Nolan, traz uma nova referência para entendermos a complexidade do ser mais poderoso da Terra (considerando o universo da DC Comics). Mais do que ser um filme sobre super-herói, “O Homem de Aço” fala sobre as escolhas que fazemos na vida e suas consequências a partir da educação dada pelos pais. Um dilema profundo e constante devido, por um lado, a descoberta de seus poderes e, por outro, a moral e ética que vai moldando o caráter de Clark Kent/Kal-El enquanto busca por sua identidade como humano e alienígena.



Neste aspecto, a influência dos pais Jonathan Kent e Jor-El são fundamentais e ajuda a vermos um lado angustiante e conflituoso do Super e a perceber que escolhas nos levam a dois possíveis caminhos: ou nos esvaziamos de nós mesmos (desejo por atalhos, busca por prazer acima do que é correto) e tornamos o que escolhemos ser como discipulos do Cristo, ou seremos o que a cultura hedonista e egoísta decidir por nós.

Este é o fio condutor de toda a trama: escolhas que fazemos e suas consequências. Snyder e Nolan decidiram mostrar um Super-Homem não simplesmente bom porque é sua essência, mas porque escolheu fazer o certo de acordo com a ética e moral que quis seguir daquilo que havia aprendido com seu pai Jonathan.

05/06/2013

C. S. Lewis entre macacos e anões

C. S. Lewis, em A última batalha, sétimo livro das Crônicas de Nárnia, apresenta-nos uma clara situação de “abuso espiritual”. Nessa apresentação, o macaco, chamado Manhoso, veste o jumento, chamado Confuso, com uma pele de leão. Por que de leão? Porque Aslam, o Grande Leão, era o Deus de Nárnia. Assim, se os narnianos acreditassem que Confuso era Aslam, todos se submeteriam a Manhoso, que dava suas ordens por meio do jumento. Ou seja, o macaco seria o porta-voz de Aslam, porém, de um falso Aslam. O plano de Manhoso dá certo e muitos narnianos sofrem “abuso espiritual”, especialmente um grupo de anões.

A história segue e Tirian, rei de Nárnia, encontra-se com o grupo de anões, conta-lhes a verdade sobre o falso Aslam e “liberta-os” do “abuso espiritual”. Todavia, os anões estavam tão feridos que dizem: “Vamos viver por nossa própria conta. Chega de Aslam, chega de reis e de conversas fiadas sobre outros mundos. Vivam os anões!”. Os anões, agora “libertos” e feridos, não querem mais saber de Aslam, Deus de Nárnia, e de Tirian, autoridade legítima sobre Nárnia. Instaura-se neles um verdadeiro estado de rebelião.

A história continua e o próprio Aslam também encontra-se com o mesmo grupo de anões rebeldes, revela-se a eles e manifesta-lhes sua graça. Contudo, os anões continuavam tão feridos que rejeitam o Grande Leão. Assim sendo, Aslam afirma: “Viram só? (...) Eles não nos deixarão ajudá-los. Preferem a astúcia à crença. Embora a prisão deles esteja unicamente em suas próprias mentes, eles continuam lá. E têm tanto medo de serem ludibriados de novo que não conseguem livrar-se.”. Os anões, que rebelaram-se contra Tirian, agora rebelam-se contra Aslam. O medo de serem novamente enganados aprisiona-os, impedindo-os de confiar e submeter-se tanto a Tirian quanto a Aslam.

Qualquer semelhança entre essa história dos anões que sofreram “abuso espiritual” e a história daqueles que, hoje, sofrem “abuso espiritual” não é mera coincidência. As semelhanças são reais. Isso quer dizer que, hoje, muitas pessoas enganadas estão conhecendo a verdade. Entretanto, muitas dessas pessoas permanecem feridas, rebeldes, medrosas e aprisionadas. A grande pergunta é: Temos mais macacos ou anões?

Luiz Felipe Xavier