Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os
seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos dos homens…O que contamina o homem não é
o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem…
…Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada. Deixai-os;
são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova. Mateus 15.8-14
Hoje acordei pensando no filme Mystic River (2003), adaptação de Clint Eastwood. Em português esse filme herdou o nome de: Sobre meninos e lobos. Há inúmeras atitudes francamente violentas das personagens no filme, assim como há inúmeras motivações para essas atitudes. Mas deixando o enredo do filme de lado e aproveitando somente do titulo em português, faço um gancho com a Bíblia para figurar aqui a forma de explicar o comportamento de alguns líderes de nossas igrejas.
Hoje acordei pensando no filme Mystic River (2003), adaptação de Clint Eastwood. Em português esse filme herdou o nome de: Sobre meninos e lobos. Há inúmeras atitudes francamente violentas das personagens no filme, assim como há inúmeras motivações para essas atitudes. Mas deixando o enredo do filme de lado e aproveitando somente do titulo em português, faço um gancho com a Bíblia para figurar aqui a forma de explicar o comportamento de alguns líderes de nossas igrejas.
Jesus ensina que os falsos profetas sempre vêm
disfarçados de cordeiro, mas que interiormente são lobos vorazes (Mt 7.15). E mais
a frente dos evangelhos, Paulo ensinou aos presbíteros de Éfeso que, depois da
sua partida, lobos cruéis entrariam no meio da igreja para não poupar o rebanho
(At 20.29). E disse também o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração e a quem são semelhantes? São semelhantes aos meninos que assentados nas praças clamam uns aos outros e dizem: Tocamo-vos flauta e não dançastes, cantamo-vos lamentações e não chorastes (Lc 7.31-32).
Ou as palavras de Paulo: Irmãos não sejais meninos no entendimento (1 Co 14.20).
O paradoxo entre lobos e meninos permeia a história humana. Começando com a lenda dos gêmeos Rômulo e Remo, filhos de uma
mortal com o deus Marte, que foram abandonados em um cesto no rio Tibre e que
ainda bebês, tinham pouquíssimas chances de sobreviver, foram resgatados por uma
loba que os protegeu e amamentou, permitindo que crescessem saudáveis e
fundassem a cidade de Roma em 753 a.C. Passando pelo livro do filósofo francês Jean-Jacques Rousseau: Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da
Desigualdade entre os Homens, onde cita o primeiro registro de uma criança selvagem
com a data de 1344: um menino-lobo achado na região de Hesse, na Alemanha. E
chegando até os dias de hoje, quando vemos uma propaganda anunciando: “Para o
lobo o culpado é sempre o cordeiro” onde a animalização ou a disposição bestial
do homos sapiens é questionada.
Muitos
lideres eclesiais com egos absolutos, dominados por instintos animalescos de poder, fama e domínio herdados do pós-Éden tem titubeado entre: ser um tipo de líder-lobo com ego absoluto,
servindo-se de suas ovelhas; e um tipo de líder-menino, que com sua pouca experiência, conduz sua comunidade sem empatia e alteridade, sem saber a direção para conduzir seus fiéis ou ainda como lidar com uma opinião diferente da sua que não o ajude a cumprir com sua agenda oculta de interesses mimados e escusos. Manipulando com chantagens espirituais ou chavões mágicos, para que os ideais coletivos sejam os mesmos que a sua
vontade.
A Bíblia declara que esses lideres são semelhante a um cego que conduz a outros cegos
rumo a cova. Uma cova de excesso de trabalho da comunidade sem a alegria do desenvolvimento da vocação dos santos; da murmuração dos discípulos a respeito do direcionamento e
preceitos de seus lideres; do legalismo da doutrina sem inclusão da pessoa humana e ainda da religiosidade pragmática sem tolerância a dúvidas e incompreensões;
sobrando não mais alegria e vivacidade do ser Igreja, mas sim a morte prematura de ovelhas que caminham
ao matadouro num sacrifício inoperante sem saber por que ou sabendo, mas não podendo reclamar, para não seja ferida a autoridade do líder, ou ainda, para não se passar por filhos desleais e muito menos ingratos.
O alerta é que para ambos, líderes meninos e/ou lobos, foi deixado um texto preventivo de correção de rota no livro do profeta Isaías e outro no evangelho de Mateus para que todo
esforço sincero de trabalho em prol do Reino de Deus não seja em vão. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mateus 7:20-23). “Concebemos
nós, e tivemos dores de parto, mas isso foi como se tivéssemos dado à luz o
vento; livramento não trouxemos à terra; nem nasceram cidadãos dos céus” (Isaías 26.18).
Nenhum comentário:
Postar um comentário